domingo, 4 de março de 2012

Beijos sem tocar os lábios, abraços sem sentir o calor do corpo, olhares que nunca se cruzam, desejos constantemente reprimidos, vontades vividas na imaginação, sonhos que se repetem na mente, lágrimas que saem do controle, gritos dando nós na garganta, lutas que esgotam as forças. Não poder te ver dormir, nunca sentir o cheiro do perfume, sorrir ao ver um sorriso seu, carência dos carinhos nunca tidos, brincadeiras à distância. A procura de um único rosto, que não se encontra em lugar algum. Sabe o que é querer alguém que nunca viu? Sabe o que é amar sem ter certeza de nada?

Então vai com calma pequena, o que tiver de ser, será. Quem tiver de chegar, chegará. Quem tiver de partir, partirá. Somos como um aeroporto de uma cidade. Algumas pessoas chegam, passam um tempo e depois partem. Algumas pessoas já estão por aqui, mas resolvem partir, e outras… Ah, outras pessoas chegam, e acabam ficando. Sem pressa, sem gula, sem peso. Troque tudo isso por paciência e espere. Porque o que tiver de ser, vai ser.

Eu precisei de tempo pra perceber que nada seria como antes, que não existe um botão que faça nossas vidas serem como eram a tempos atrás. Não existe nenhum remédio, nenhum curativo que me deixe entorpecida. Não existe morfina que apague memórias.