quarta-feira, 7 de março de 2012






Com a cabeça no travesseiro, ela observava o nascer do sol todas as manhãs de seu quarto desejando poder ser como ele - desejando nascer de novo. Não dormir havia se tornado rotina, e fingir não sentir, também. Suas unhas por fazer ajudavam-na com que não se machucasse, não mais, e a tal da maquiagem que nunca soubera usar, esta lhe escondia o rosto inchado por conta das lágrimas e das insônias. “Mais um dia”, pensava ao se levantar, “só mais um“… E sorria. Sorria com água nos olhos e dor no coração, sorria por ainda existir uma pequena esperança escondida no acolá de seu peito, meio perdida e meio confusa; meio viva. As horas corriam enquanto ouvia o canto dos pássaros que chegava com o entardecer, e outra vez observava o pôr-do-sol de sua janela. “Acabou”, pensava ao se deitar, “nem foi tão difícil assim“… E mais uma vez: sorria. Sorria com água nos olhos e alívio no coração, havia vencido. Naquele dia pelo menos. E isso lhe bastava. Um dia de cada vez.



” - E se uma coisinha que eu dissesse ou fizesse pudesse fazer tudo desmoronar? E se eu tivesse escolhido outra vida para mim? Ou outra pessoa? Talvez nunca nos encontrássemos. E se eu tivesse sido criada diferente? E se minha mãe nunca adoecesse? E se eu tivesse um bom pai? E se…


- Sua vida é uma bênção. Aceite isso. Não importa se é ferrada ou sofrida. Algumas coisas vão se desenrolar como se fosse o destino.”


(Grey’s Anatomy)



“Cada ferida é uma lição, e cada lição nos torna melhores.”

(R.R Martin)